segunda-feira, 2 de março de 2009

O que eu vou ser quando eu crescer?

No ano encerrado eu tomei algumas resoluções pra minha vida. A principal é que eu cansei de viver estudando pra concursos, buscando a possibilidade de ingressar em carreiras para as quais não tenho vocação.

Sim, vocação... engraçado é que quando eu quis fazer Direito e fui aprovado no vestibular eu tinha a certeza absoluta de que era a minha vocação. Afinal era a vocação da minha mãe com quem sempre me identifiquei, era a previsão de alguns professores do segundo grau que diziam que eu tinha jeito. Nem o teste vocacional oferecido pela minha escola eu quis fazer. Afinal, meu negócio era Direito.


Na escolha da segunda opção de curso, no formulário do vestibular, eu coloquei um curso mais concorrido que Direito: Psicologia. Mas se era segunda opção eu devia ter escolhido um curso com pouca concorrência! Ué, pra que? Meu negócio era Direito. E eu ia ser bom.


A verdade é que bastou um semestre pra eu desconfiar que não era minha vocação. Com mais uns quatro semestres eu tive certeza, mas aí já era tarde demais pra deixar um curso pela metade, ainda mais pra alguém que sempre quis ter independência financeira.


Me formei, fui chamado em um concurso em que eu praticamente trabalho direto na área da minha graduação. Mas vale salientar: pro paradigma do bacharelado jurídico o meu cargo é muito abaixo das possibilidades.


O sonho de 90% dos bacharéis em Direito é ser Juiz, Promotor, Procurador, Auditor, Delegado, Advogado... e eu acabei indo na onda: “tenho que estudar, tenho que passar, tenho que ganhar dinheiro, tenho que...” ... viver? Já tava me esquecendo de viver. De fazer o que eu gosto, de deixar de adiar planos.


O que eu sempre ouvi nesse meu tempo de concurseiro foi: “o sacrifício é temporário, depois vem a recompensa”; “a dor é passageira o cargo é para sempre”, etc. Mas aí no meio de tudo isso eu descobri o que sempre tentaram nos ensinar na TV ou em livros de auto-ajuda: dinheiro é necessário, mas não é tudo. Eu me imagino um jurista infeliz, trabalhando no que não quero em tempo integral, e usando um pedacinho daquele meu gordo salário pra pagar uma terapia.


E qual é a minha vocação? Eu gosto muito de escrever. Talvez este blog seja a minha vocação. Eu posso não escrever bem, perfeitamente ou de forma interessante, mas é o que eu gosto. Quem me dera viver disso, mas se não posso, espero poder continuar fazendo isso.


Eu ainda acredito naquela idéia de que as pessoas são felizes fazendo aquilo que gostam. Eu quero fazer o que eu gosto. Meu emprego é um detalhe. Serve pras minhas outras necessidades e não toma tanto tempo.


Engraçado que eu acho que se hoje eu estivesse em ano de vestibular e tivesse que escolher um curso eu não escolheria letras. Aliás, eu já comecei o curso de letras, mas me desiludi quando vi que 80% era voltado a ensinar o graduando a ser professor. Eu escolheria alguma profissão que tivesse ligação com animais ou plantas... veterinária, biologia...


De qualquer forma eu descobri que tudo que eu gosto dá pra ter um espaço na minha vida: animais, escrita, leitura, música... a profissão é só minha subsistência.


O que eu quero ser quando eu crescer? Feliz...

Um comentário:

ullissima disse...

Eu penso exatamente assim, a profissão é só a subsistência. O que se tem que fazer é se não puder ter um trabalho de que goste bastante, ter um que cause pouca "dor" e tenha um bom retorno financeiro.

Descobri que contabilidade pode ser uma das minhas vocações depois de começar a trabalhar no banco. E quero mais pra frente ser auditora, seja da caixa, seja fora... mas só faço concursos dentro do que eu quero... não topo qualquer parada... e odeio ser chamada de concurseira...

Concurseiro pra mim é aquele cara que quer saber de tudo, e atira pra todos os lados, ou concursos... não sabe o que quer...