Clarinha sempre gostou muito de escrever. Certa tarde ela sentou à frente de sua escrivaninha, tirou seu caderno enfeitado da gaveta e a canetinha azul de corpo branco que já estava posicionada num copinho no canto da mesa.
Abriu seu caderninho em uma página em branco e passou a língua na ponta da caneta pensando: "Hoje eu quero escrever uma fábula!!"Mas quem seria o personagem principal? Aliás, o que seria o personagem principal? Ela queria ser original, mas todos os clássicos já haviam sido usados: cachorros, gatinhos, porquinhos, lobos... tem até aquela historinha em que o prato e a colher saem dançando pela rua enquanto a vaca pulava em direção à lua.
Pensou então em fazer algo bem diferente. Que tal um orninto... onirto... otorrino... "Ah não!" - pensou ela - "ornitorrinco é um bicho muito chato". Assim como ter que escrever essa palavra diversas vezes, não é mesmo?Teve a idéia de escrever sobre peixinhos se aventurando ou o que os brinquedos fazem quando não estamos olhando. Percebeu que esses eram temas de flmes que ela tinha visto em suas últimas férias...
Nesse momento sua mãe, uma ovelha gordinha e muito amável, entrou em seu quarto:- Clarinha, tem sorvete de chocolate na cozinha, vamos tomar?
- Oba!!E saiu a pequena ovelhinha, saltitando em direção à cozinha, e largou sua fábula inacabada em cima da escrivaninha
Clarinha, nesse dia, aprendeu uma importante liçao: para escrever uma fábula original tem que estar com muita imaginação. Para tomar um sorvete, não.